Parte I
Hoje decidimos relembrar o que é a compostagem e como se desenvolve todo o processo. Ainda se recordam de tudo?
A definição.
A compostagem é uma prática milenar baseada num processo de decomposição biológico que permite a “reciclagem” dos resíduos orgânicos que produzimos. Por outras palavras, é a ação de aproveitar cascas e restos da preparação e confeção de alimentos e também sobras da manutenção de jardins e hortas para produzir matéria orgânica de elevado valor nutricional que pode ser usada na correção dos solos, conferindo-lhes mais qualidade e riqueza.
Em termos práticos, a compostagem consiste na deposição dos resíduos orgânicos em local apropriado (um compostor ou em pilha), que por ação de microrganismos variados como fungos e bactérias se decompõem, dando origem a um produto com aspeto semelhante a terra, ao qual damos o nome de composto. Este composto é bastante rico em nutrientes, podendo depois ser aplicado nos solos de hortas ou jardins para correção dos mesmos, melhorando o crescimento e qualidade das plantas.
Em suma, é o processo de recuperar os nutrientes presentes nos resíduos orgânicos, devolvendo-os ao seu ciclo natural através do enriquecimento dos solos.
Mas do que precisamos para começar a compostar?
Primeiro que tudo é preciso reservar um local apropriado, com condições favoráveis ao processo: idealmente debaixo de uma árvore, em contacto direto com a terra, perto de um ponto de acesso a água, com sombra e abrigado de ventos ou intempéries.
Após a escolha do local, o passo que se segue é instalar um contentor apropriado, comumente chamado de compostor. Não é fator obrigatório para que se faça a compostagem (pode ser feita diretamente no solo, em pilha), mas é a opção mais rápida, limpa e prática. Instalado o compostor, seguimos para o próximo passo: começar a colocar os resíduos no seu interior.
Que resíduos podemos colocar?
Para que o processo decorra da melhor maneira, é necessário colocar dois tipos de resíduos orgânicos no compostor: os resíduos húmidos (ou verdes) e os resíduos secos (ou castanhos).
Os resíduos verdes, que são ricos em azoto, podem ser cascas de frutas e hortícolas, aparas de relva frescas, ervas e folhas verdes, borras de café ou saquetas de chá, por exemplo. Já os resíduos castanhos, que são ricos em carbono, podem ser, entre outros, cascas de batata, folhas e ervas secas, caruma ou aparas de madeira não tratada.
É ainda muito importante saber que há resíduos que não podemos colocar no nosso compostor, tais como restos de carne, peixe ou mariscos, plantas com doenças, tratamentos químicos ou sementes e, de um modo geral, todo o tipo de resíduos que não são biodegradáveis.
Para saber como colocar os resíduos e fazer corretamente a manutenção do seu compostor, acompanhe a parte II deste artigo.
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