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Hortas urbanas e comunitárias: no caminho da sustentabilidade

No plano atual, a sustentabilidade é cada vez mais tema de debate e reflexão. O facto de vivermos rodeados de inúmeras fontes de poluição, prejudiciais a vários níveis, leva-nos a pensar em formas de maximizar o bem-estar e a qualidade de vida, em especial nas regiões mais povoadas. A valorização dos espaços verdes em meio urbano tem-se revelado um dos temas de maior enfoque pelo seu potencial em permitir que as populações alcancem um estilo de vida mais saudável.

Em muitas discussões nesta área tem-se dado especial atenção às hortas urbanas enquanto estruturas verdes que permitem não só a valorização das áreas nas cidades, bem como a obtenção de alimentos mais saudáveis e até o combate ao stress. No fundo, as hortas nas urbes atuam como um agente auxiliar ao benefício ambiental, social e económico, permitindo um modelo de desenvolvimento urbano mais sustentável.

Algumas cidades em Portugal já criaram espaços dedicados a esta prática que permite desenvolver um ambiente unificador e participativo da comunidade, menos marginalizador e influenciador da adesão a práticas sustentáveis.

Veja alguns exemplos de projetos de hortas urbanas e comunitárias em Portugal, com destaque para o projeto das hortas urbanas de Évora:

Hortas Urbanas de Évora: criado em 2011 e posto em prática no ano seguinte, este é um projeto com a assinatura da Câmara Municipal de Évora (CME) que além de combater a escassez de terrenos cultiváveis em torno da cidade (quer pela especulação imobiliária, quer pela falta de acesso a pontos de água), pretende também fomentar práticas de consumo mais equilibradas e sustentáveis, a adoção de uma maior consciência da problemática ambiental e a convivência familiar e espírito de comunidade. As sobras resultantes das hortas comunitárias são encaminhadas para compostagem, de forma a obter fertilizante, criando assim um ciclo de sustentabilidade, uma vez que a utilização de qualquer tipo de químicos está proibida, bem como o consumo não consciente de água. É ainda obrigatória a frequência das ações de formação promovidas pela CME no âmbito destas temáticas.

Saiba mais aqui: https://www.cm-evora.pt/municipe/areas-de-acao/ambiente/hortas-urbanas/

Hortas Urbanas de Évora

Rede Municipal de Hortas Urbanas em Vila Nova de Gaia: através da implementação deste projeto, cujo desenvolvimento se iniciou em 2011, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia pretende criar condições favoráveis à prática da agricultura sustentável em contexto urbano e de comunidade. Além da contribuição para a autossuficiência alimentar, espírito de comunidade e criação de espaços verdes nas cidades, estas hortas pretendem ao mesmo tempo proporcionar um efeito terapêutico e de combate ao stress através dessa ligação à terra. Neste projeto a prática da compostagem é fator obrigatório.

Programa “Hortas Solidárias” em Sintra: com início do seu desenvolvimento em 2014, a Câmara Municipal de Sintra disponibiliza através deste projeto talhões agrícolas com vista à promoção do desenvolvimento da agricultura urbana, comunitária, biológica e de subsistência. Os aderentes são capacitados através de ações de formação no âmbito da agricultura biológica, técnicas de cultivo e impacto ambiental. É ainda incentivada a deposição para compostagem das sobras resultantes desta atividade, além de ser proibido o uso de herbicidas ou outros químicos.

Estes são apenas três exemplos entre os muitos projetos de hortas criadas em zonas densamente povoadas do nosso país. Felizmente existem muitos mais casos de sucesso e poderá consultar outros projetos neste âmbito aqui.

Já pensou em se tornar num hortelão urbano? Os projetos de hortas urbanas são cada vez mais uma aposta dos municípios portugueses pelas inúmeras vantagens que comportam para as cidades e seus habitantes, numa época em que a consciencialização e sensibilização ambientais são fundamentais para a promoção de uma economia circular e modos de vida mais sustentáveis.


Foto por Freepik.

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