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É triste que não conheça estas entidades, mas infelizmente, também é natural.

O infortúnio, tal como a infelicidade, têm a capacidade única de se manterem incógnitos durante vidas a fio. Ninguém refuta a sua existência, ninguém questiona o sofrimento, mas de uma forma ou de outra, conseguem passar pelo meio de nós sem ser vistos, apesar de estarem à vista de toda a gente. Não obstante, esta “invisibilidade” faz algum sentido. Ninguém aprecia a confrontação. Especialmente, quando nos confrontamos com o permanente, com o definitivo, com aquilo que não tem remédio, nem esperança. As pessoas com deficiência mental sofrem de uma condição imutável. Passível de em alguns casos ser melhorada, mas infelizmente permanente, incurável. Estas entidades que “não conhece”, são aquelas que cuidam de pessoas com deficiência mental.

Há uma certa ligeireza quando nos referimos às questões da deficiência mental. A falta de reflexão leva-nos a crer que há uma certa “alegria inocente”. Um viver despreocupado, uma ausência de responsabilidade. Nada podia estar mais longe da verdade. Criamos os nossos filhos para que na nossa ausência sejam bem-sucedidos. Queremos que sejam independentes. Se possível, melhores que nós. Sabemos que não vamos estar cá para sempre e por isso, investimos na sua autonomia futura. Para quem tem filhos com deficiência mental, essa esperança não existe. Há, para estes pais, uma preocupação verdadeiramente genuína e angustiante com a partida. Com a sua partida. Estas entidades que “não conhece”, oferecem esperança aos pais de pessoas com deficiência mental.

O grau de autonomia é talvez a questão que melhor distingue estes cidadãos. Alguns, conseguem ser integrados no mercado de trabalho. Outros, precisam de cuidados permanentes. Cuidados esses que, com o avançar da idade, ganham implacavelmente outro tipo de exigências. Estas entidades que “não conhece”, ajudam pessoas com deficiência mental a integrarem o mercado de trabalho através de programas de formação profissional e asseguram igualmente, residência e assistência a cidadãos seniores que padecem desta condição.

Para quem tem alguém com deficiência mental a seu encargo, o tempo é um recurso escasso, às vezes inexistente. A falta de autonomia destes pacientes cobra tempo, cobra cuidados, cobra assistência. É uma tarefa permanente, contínua. Uma exigência que compromete vidas, relacionamentos, carreiras. Com programas ocupacionais e programas escolares, estas entidades que “não conhece”, oferecem tempo aos pais de cidadãos com deficiência mental.

Previsivelmente, estas entidades que não conhece têm filas de espera. A dimensão da procura contrasta com a falta de recursos humanos e financeiros e as vagas escasseiam. E é, pois, por isso que felizmente agora todos nós temos mais uma forma de poder ajudar estas entidades. Tudo o que tem de fazer é reciclar as suas cascas de fruta e legumes e desta forma apoiar a Missão Cascas Solidárias.

Se tem um pouco de terreno, peça um compostor doméstico e comece já a ajudar, aqui. Se não tem, verifique se faz parte de uma das 28 zonas de compostagem comunitária no distrito de Évora (exceto Portel e Viana do Alentejo) aqui.

Como vê, é um apoio simples e muito (muito) justo. Por fim, fique com o nome das entidades que todos devíamos conhecer*.

ASCTE – Associação Sócio Cultural Terapêutica de Évora IPSS (Instituição Pública de Solidariedade Social)

Apartado 18 | 7002-501 ÉVORA – Portugal | 266 977 272 | http://ascte.com/

Cercimor – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados

Crespa da FIgueira, 7050-010 Montemor-o-Novo, Évora | 266 899 410 | http://www.cercimor.pt/

CerciEstremoz – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados

Quinta Santo Antao Estremoz, Estremoz, Évora | 268 105 258 | http://www.cerciestremoz.org.pt/

* Estas entidades foram sorteadas no dia 1 de setembro de 2021. Pode conhecer o processo aqui.  Se desejar visitar estas entidades saiba que todas elas têm um “dia aberto”. Saiba ainda que muitas delas prestam serviços à comunidade (como jardinagem e lavandaria) e estão disponíveis para aceitar desafios que a comunidade lhes possa lançar. Ah, e há ainda outras que têm lojas próprias de artesanato!

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